Carta de Repúdio
Nós discentes do curso de pedagogia viemos por meio desta registrar a nossa mais profunda indignação e repúdio ao tipo de tratamento recebido por parte de alguns membros do corpo docente do DFCH-Departamento de Filosofia e Ciências Humanas, na última reunião de departamento, que ocorreu na quinta-feira, dia 15 de outubro de 2009, no auditório do CAP, ironicamente “Dia do Professor”, que teve como um dos pontos de pauta a criação de um curso de Pedagogia em modalidade especial, tal como vem ocorrendo com outras licenciaturas (biologia, filosofia etc.). Nós, da classe discente, comparecemos e entramos com um pedido de retirada do referido ponto de pauta, uma vez que só soubemos a respeito da intenção de implantação deste curso no dia exato da sua votação, a lógica seria participar da discussão, para que em seguida, pudéssemos votar de maneira consciente.
Porém, não foi o que aconteceu. Os docentes queriam a todo o custo votar essa proposta naquele mesmo dia, sem discussão alguma, com a alegação de que o prazo para enviar a resposta à PROGRAD se encerraria no dia seguinte, e que já haviam sido realizadas várias discussões, que devem ter acontecido “às escuras”, pois o Centro Acadêmico de Pedagogia possui TODAS as convocatórias das reuniões do DFCH anexadas em uma pasta, e em NENHUMA delas consta algum ponto de pauta sobre o já citado “Curso de Pedagogia em modalidade especial”, somente na convocatória da reunião do dia 15 de outubro que o ponto foi mencionado. O ponto de pauta não foi retirado, mas acabou não tendo tempo para discussão e votação. Então o DFCH encaminharia um pedido de prorrogação do prazo para a entrega da decisão, e foi remarcada uma nova reunião, para enfim, discutir e votar a proposta.
Ao contrário do que foi falado, nós estudantes de Pedagogia sabemos sim o que é formação de professores, mas ainda assim, fomos defender o nosso direito a um maior esclarecimento sobre o que é essa proposta, e quais os seus pontos positivos e os negativos. No entanto, fomos tratados de maneira lamentável! Escutamos professores dizerem que essa não é uma discussão que cabe aos alunos, apenas aos professores. C Citando o Art. 56, do CAPITULO IV estabelecido na LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:
“As instituições Públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional”.(LDB, 1996)
Nós alunos, também fazemos parte do DFCH, e temos direito a voto, assegurado pela própria LDB, seguindo o princípio da Gestão Democrática. É pertinente então fazer a seguinte pergunta: o que é a Universidade, senão os seus alunos? Entendemos que a Universidade é pública, e dessa forma toda a sociedade deve ter assegurado o seu direito de acesso e participação a essa instituição, e nós que formamos o corpo discente desta universidade nos sentimos desrespeitados quanto ao nosso direito de participação nas decisões deste departamento não só na referida reunião como fora dela.
Estudantes, Professores, Comunidade acadêmica em geral, estamos dentro de uma UNIVERSIDADE, e portanto, temos inteligência, maturidade e capacidade suficientes para tomar nossas próprias decisões, pois quando vamos atrás de esclarecimentos e discussões, é porque ainda queremos lutar por uma universidade JUSTA, PÚBLICA, GRATUITA e de QUALIDADE!
Fica aqui a nossa revolta e decepção com essas atitudes por parte de alguns membros do DFCH.
Vitória da Conquista- Bahia, 23 de Outubro de 2009
Estudantes de Pedagogia – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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